A evolução dos gramados no Brasil

A grama desempenha um papel crucial em uma das atividades mais amadas pelo brasileiro. O carpete verde da natureza é o palco principal do futebol, o esporte mais popular no país. Por isso, nesse texto, nós vamos entender como foi a evolução dos gramados no Brasil.

E, como se trata da paixão nacional, nós nos tornamos especialistas. Cinco títulos mundiais – mais do que qualquer outra seleção no mundo. E levamos tudo muito a sério. Inclusive os gramados.

Os primórdios

O rei do futebol também veio de terras brasucas: Pelé. Mas, acredite, tem muita gente que diz que Pelé não seria Pelé no futebol de hoje, devido à imposição física atual. Ainda assim, o menino de Bauru demonstrava talento em gramados muito inferiores aos de hoje em dia.

Antigamente, a grama utilizada nos campos de futebol profissionais eram as gramas comuns de jardim mais conhecidas, como a Batatais, ou a São Carlos. Não muito resistentes, elas sucumbiam facilmente perante o pisoteamento intenso de 22 jogadores durante os 90 minutos de uma partida.

Além do desgaste ser maior, esse tipo de grama possui um processo de recuperação mais lento. Ainda assim, essas gramas foram utilizadas nos gramados brasileiros até o começo da década de 80.

A primeira evolução dos gramados no Brasil

O futebol evoluiu. As bolas evoluíram. E, é claro, os gramados também. Todos sabiam que era necessária uma grama mais resistente ao pisoteio. No final da década de 80 os estádios nacionais passaram a trocar seus gramados para a grama Esmeralda, um tipo mais forte e duradoura.

A Esmeralda, além de ser mais resistente, tinha uma coloração mais verde e folhas entrelaçadas, deixando os campos mais bonitos. Ainda melhorava o toque de bola e era fofa ao pisar. Assim, ela passou a ser a mais utilizada durante a década de 90 – e ainda era utilizada em alguns poucos estádios até, pelo menos 2011.

Telê Santana

O técnico Telê Santana, comandante de equipes lendárias como o São Paulo de 1992/1993 e da seleção brasileira de 1982 provou, mais uma vez, que era um visionário do esporte.

Pioneiro, foi quem ajudou a trazer avanços para os gramados dos estádios locais, que pediu um gramado melhor, com gramas produzidas nos Estados Unidos, a Bermuda, que levaria o esporte para um outro nível.

Não para, não para, não para

Não demorou muito para que a Bermuda provasse sua qualidade. Tanto que foram utilizadas em diversos estádios para a Copa do Mundo de 2014 no país.

Mas a evolução não para por aí, é claro. Hoje em dia, as vertentes da Bermuda ainda são as mais utilizadas por aqui – a Tifway e a Celebration, que se tornaram uma espécie de gramados híbridos – espécies de Bermuda feitas em laboratório.

Estágio atual

Hoje, em alguns estádios do país existe o que chamamos de gramados mistos. É, literalmente, uma mistura entre a grama natural e grama sintética. Esse tipo de engenharia é vista, principalmente, na Neo Química Arena, o estádio do Corinthians.

Nele, fibras de polietileno são injetadas no gramado a 18 centímetros de profundidade e dois centímetros sobre a superfície da grama. Tudo isso contribui para uma maior qualidade do gramado, e, consequentemente, do jogo.

Também temos um diferencial na Arena da Baixada, estádio do Athletico Paranaense. Lá, o gramado é 100% sintético, deixando o jogo muito mais rápido e passa por manutenções constantes para garantir a qualidade.

Qualidade essa que é referendada pela própria FIFA, que lhe concedeu o certificado FIFA Quality Pro.

A evolução dos gramados no Brasil: Qual é o próximo passo?

O futebol no Brasil começou no final do século XIX, mas a evolução dos gramados foi bem mais rápida. Da Batatais até o gramado 100% sintético da Arena da Baixada, passaram-se pouco mais de 40 anos.

Não dá pra saber muita coisa sobre o futuro do esporte. Mas uma coisa, dá pra saber: a final da Copa de 2018, na Rússia, já foi disputada em um gramado que não era 100% natural. Será que vamos ter, no futuro, apenas campos artificiais?

Tudo muda muito rápido, mas uma coisa é certa: tudo vai ser feito pelo bem do espetáculo.